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sábado, 8 de outubro de 2011

2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odissey, 1968)


Apesar de escrever pouco aqui, muito menos do que pretendia ou imaginava quando comecei o blog, vejo em média 3 filmes por semana. E toda semana revejo um filme. Gosto de ver filmes mais de uma vez, assim como gosto de escutar músicas repetidas vezes. Sobre músicas, somente consigo ter uma opinião quando já sei de cor a melodia. Enquanto eu não sei cantarolar um solo, não conheço a música. 

Com filmes é um pouco diferente. Na primeira vez já temos uma boa noção do filme, temos um critério interno que nos permite comentar com os amigos e dizer se o filme é bom ou não, se gostamos ou não. Até mesmo se vale a pena ver ou não. Mas alguns filmes fogem deste principio básico, demandam a reexibição. São filmes normalmente complexos ou com alguma dica na narrativa que somente se revela no final, e exigem que sejam revistos. Independe de nossa vontade própria. Tem que ver de novo. 

2001: uma odisseia no espaço é assim. Neste fim de semana revi o filme, acho que pela oitava vez. Cada vez que eu vejo, algo novo me vem a mente. E nestes tempos de internet, google, wikipedia, fica fácil ler mais alguns comentários e outras opiniões sobre o filme. 

Alguns pontos curiosos e clássicos permanecem. O computador HAL, cujo nome derivou de IBM, menos 1 letra, continua sendo um dos melhores vilões de sci-fi do mundo. O quarto de hotel renascentista onde o astronauta Bowman chega continua chocante, intrigante e tão desafiador quanto a própria teoria da relatividade, onde tempo e espaço se misturam. E o sorriso de Bowman, ao se virar novamente para a mesa de jantar, após a sua própria chegada, é o sorriso mais enigmático do mundo! Desculpem-me Leonardo e Mona Lisa. Mas é! Será que ele viu a si próprio, assustado na chegada? Ou o alerta do monólito da Lua era destinado a ele? 

Stanley Kubrick, em uma de suas entrevistas, disse que cada um podia fazer a interpretação que quisesse. E temos diversas interpretações e explicações pela internet. Para mim, Bowman entrou pelo monólito numa espécie de passagem de tempo e espaço, e como é dito no livro de Arthur Clarke, que também escreveu o roteiro, antes do seu próprio livro ser lançado, o quarto era uma espécie de laboratório, destinado a observação da natureza humana, desprovida de suas ferramentas, tecnologia e companhia. A presença do monólito novamente, as portas da morte, seria a porta de saída. A saída é a Vida Eterna. O que há destinado a todos após a passagem por aqui. Um belo filme. 

sábado, 18 de junho de 2011

Paris, Texas (1984)

Há algumas semanas, vi em uma loja de sebo de discos o LP com a trilha sonora do filme "Paris,Texas", de Win Wenders, lançado em 1984, com a então belíssima Nastassja Kinski. Comprei. Cheguei em casa, escutei o disco e obviamente, deu vontade de rever o filme. E revi. 

Paris, Texas é um filme longo e arrastado. Típico de Win Wenders, onde a história é contada sem pressa, ao mesmo tempo em que a angústia dos personagens é explorada em meio as tomadas de paisagens. Algumas imagens são antológicas...Travis com seu boné vermelho e terno surrado em meio ao deserto americano. Jane com seu vestido vermelho e costas nuas. 

A primeira vez que vi o filme, em meados dos anos 80, vi por causa da Nastassja Kinki. Lembro-me que a edição número 1 da revista SET trazia uma reportagem sobre ela, citando diversos filmes de sua carreira. Os mais fáceis de se achar na locadora, em VHS, naturalmente, eram "Tess" (1979), "Paris, Texas", "A Marca da Pantera (Cat People, 1982) e "Infielmente Tua" (Unfaithfully Yours, 1984). Assisti todos.

Minha primeira impressão sobre Paris, Texas não foi boa. Revendo o filme, cerca de 25 anos depois, vi com outros olhos. Na primeira vez, achei monótono. Desta vez, achei um transtorno.  Não o filme, o filme é muito bom. A história é um transtorno. Travis é um homem confuso, que interfere na vida do irmão, do filho e da ex-esposa em busca de algo que nem mesmo ele sabe. Para entender, tem que assistir. E vale rever a bela Nastassja Kinski, com seus 20 e poucos anos, em uma de sua melhor, porém curta, atuação.

sábado, 20 de novembro de 2010

O Inferno de Dante ( Dante's Inferno, 2010)

Vi a animação O Inferno de Dante - Dante's Inferno: An Animated Epic (2010).

O filme é baseado na mais famosa obra do poeta italiano Dante Alighieri,  A Divina Comédia. Não é um conto engraçado. O sentido original da palavra "comédia" era o contrário de "tragédia", ou seja, a história terminava com um final feliz para os personagens. Nesta obra, Dante cruza o inferno, o purgatório e o paraíso, para salvar sua amada Beatrice, raptada pelo próprio Principe das Trevas, em busca de uma noiva.

O poeta Dante viu Beatrice meia dúzia de vezes na vida, apaixonou-se e escreveu a obra colocando seu próprio nome e o dela como os personagens principais. Dante retrata os conflitos com seu pai, com sua mãe, sua visão politica e religiosa, seus preconceitos e cria um inferno imaginário rico em detalhes, com topologia, descrições, habitantes e regras.

Este filme é uma adapatação do primeiro tomo, "Inferno". Dante é um soldado que retorna das Guerras Santas para casar com sua noiva, Beatrice. Entretanto, Beatrice tem outro pretendente e Dante resolve ir (literalmente) até além do quinto dos infernos para resgatar sua amada. Acompanhado por Virgílio, o poeta andarilho que o guia pelos anéis do inferno, Dante a cada ciclo vai descobrindo mais sobre si mesmo e o motivo de toda essa batalha.
O filme tem um visual fantástico, é muito bem feito, com cores fortes e vivas. Cada ciclo do inferno é fielmente retratado, assim como os seres e monstros que os ocupam. A narrativa prende a atenção e a história de Dante é surpreendentemente atual. O filme está disponível em DVD, não perca. 




Veja também:

http://www.stelle.com.br/  - neste site é possível ler trechos do poema original e ver diversas ilustrações das paisagens do Inferno.


http://www.imdb.com/title/tt1401113/  - referência no IMDB.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Millenium - A Trilogia

Os livros da trilogia "Millenium" estão a venda nas livrarias. Em toda estante de lançamentos há um bom destaque para os três volumes, "Os Homens que não Amavam as Mulheres", "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar". Os livros até saíram em duas versões, sendo uma um pouco mais luxuosa, com capa diferenciada e um pouco mais cara.

Millenium é o nome da revista da editora onde trabalha o jornalista Mikael Blomqvist, personagem principal da trama, que gira em torno de Lisbeth Salander, a menina do título dos livros. 

O autor sueco Stieg Larsson morreu de ataque cardíaco em 2004, antes de ver o sucesso de seus livros. Dizem que suas investigações para escrever os romances contribuíram para sua morte. Certamente, uma dose a mais de mistério para despertar a curiosidade pela trilogia.

Os três livros foram levados para as telas do cinema sueco em 2009. Após a grande repercussão, Hollywood anunciou uma refilmagem da trilogia e os DVDs chegam as nossas locadoras.


Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (2009)
"Män som hatar kvinnor" (titulo original em sueco)
"Millennium: Part 1 - Men Who Hate Women"  ou "The Girl with the Dragon Tattoo"

A Menina Que Brincava Com Fogo (2009)
"Flickan som lekte med elden" (titulo original em sueco)
"Millennium: Part 2 - The Girl Who Played with Fire"


A Rainha do Castelo de Ar (2009)
"Luftslottet som sprängdes" (titulo original em sueco)
"Millennium: Part 3 - The Girl Who Kicked the Hornet's Nest"


Assim como na trilogia Matriz, o primeiro filme da trilogia Millenium é um filme independente dos 2 seguintes, com história própria, com inicio, meio e fim. A chamada para se ver o segundo filme é a curiosidade sobre o passado da misteriosa Lisbeth. Uma vez que se viu o segundo filme, é necessário ver o terceiro, que começa, cronologicamente, cerca de 10 minutos depois do segundo.

Eu não conheço o cinema sueco, mas os atores Michael Nyqvist e Noomi Rapace trabalham muito bem. Michael Nyqvist faz o jornalista anti-herói, que não luta, não corre, não dá tiros, não é forte, não é galã. É um homem decidido, envolvido numa investigação que, quanto mais avança, mais se mostra perigosa. Noomi Rapace não é uma atriz bonita dentro do padrão americano, e sua personagem foge do estilo sedutor. Ela anda mal vestida, com o rosto espetado por piercings, é rude e antipática com as pessoas que querem ajuda-la, mas chama a atenção pela presença forte e personalidade. Ela domina a cena.

E falando de cenas, "Millenium" possui algumas fortes e pesadas, mas nada explicito, que choque ou assuste o espectador. É uma boa trama policial e dramática, daquelas que prendem a atenção até o final, faz com que a gente torça pela Lisbeth e quando termina, nos deixa desejando mais um. Altamente recomendável.

Veja também:

http://www.stieglarsson.com/- um site em Inglês dedicado ao autor e a trilogia, cheio de noticias, comentários, forums, etc.


http://en.wikipedia.org/wiki/Stieg_Larsson - a biografia do autor na Wikipedia.



sábado, 6 de novembro de 2010

The Runaways (2010)


Assisti "The Runaways". Muito bom o filme, principalmente para quem gosta de rock, gosta da banda ou simplesmente gosta de filmes sobre rock, ficção como Spinal Tap, The Commitments e Hedwig ou biograficos, como The Doors, Sid and Nancy e Great Balls of Fire.

The Runaways se baseia em uma biografia escrita por Cherie Currie, a vocalista da banda formada apenas por meninas em 1976 para tocar rock, o então estilo Senhor Clube do Bolinha. Currie, que ainda adolescente virou pop star e sexy symbol, entrou em conflito com este estilo de vida e largou tudo para voltar a cena familiar. O filme foi co-produzido por Joan Jett, a fundadora, idealizadora e determinada guitarrista da banda.

Como o filme é resultado de uma recente parceria Currie/Jett, obviamente as personagens das duas são as principais da história. Muito bem interpretadas por Dakota Fanning e a belissima Kristen Stewart, conhecida atualmente pelos filmes de vampiros pop, mas descoberta lá em Into the Wild (Na Natureza Selvagem). As atrizes se parecem muito com as personagens e olhando fotos no google da banda e das atrizes, não se sabe qual é qual...A caracterização é algo do nível de Val Kilmer como Jim Morrison em The Doors. Perfeita.

No filme, fica claro que as meninas não são muito fãs da Lita Ford. Lita não tem papel de destaque e nas únicas vezes que se manifesta no filme, mostra um lado egoista e mesquinho. A banda não terminou imediatamente após a saída de Currie, as meninas tentaram se manter com Jett nos vocais, mas o clima entre ela e Lita Ford deve ter piorado.

Joan Jett se deu bem no meio musical, não deve ter ficado milionária, mas é um nome conhecido e respeitado, tem vários discos lançados, faz shows frequentes e se firmou dentro do que queria. Considero ela uma pessoa de sucesso, que venceu com a sua determinação pessoal.


Cherie Currie é um nome hoje conhecido somente pelos fãs. Tinha uma boa voz para cantar rock, forte, com energia, com paixão, e tinha carisma. Tinha presença de cena, era muito bonita e atraente. Não aguentou a pressão do showbusiness...Tentou fazer cinema, cantar, desistiu.


A baterista Sandy West fez um certo nome e faleceu em 2006, de câncer.
Já a baixista Jackie Fox foi para Harvard se formar em Direito.

Lita Ford teve uma carreira irregular após a banda. Casou com Chris Holmes, o guitarrista do WASP, aquele que aparece chapado dentro da piscina em "Decline II: Metal Years". Separou-se. Teve rolo com Tony Iommi, o mestre dos riffs. Teve rolo com Nikki Sixx, do Motley Crue, mais uma na lista. Cantou com Ozzy. Sumiu.

Interessante que a trilha sonora do filme inclui músicas interpretadas pelas atrizes Fanning e Stewart, ao invés das versões originais. Recomendo ver o filme, ouvir o CD e escutar a discografia das meninas.

Mais interessante ainda é ver também o documentário 'Edge Play", com entrevistas das meninas, exceto Joan Jett, sobre a banda.


Discografia:

Com Cherie Currie nos vocais:
The Runaways (1976)
Queens of Noise (1977)
Live in Japan (1977)

Currie picou a mula:
Waiting for the Night (1977)
And Now... (1978)


Site oficial da banda:
http://therunaways.com/




terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Inicio

Esta é a primeira postagem do blog.

Apesar de já escrever no Vakalhaw, decidi começar um novo blog, dedicado exclusivamente a registrar os filmes que vejo e comentar aqueles que merecem uma citação adicional.

Este blog é basicamente uma lista de filmes.

E todo mundo adora uma lista...é por isto que livros como "1001 filmes para ver antes de morrer" fazem sucesso. Listas sobre filmes, sites, cidades, bebidas, músicas, atrizes, milionários, times, fotografias...os melhores, os piores, os mais tristes....enfim, listas.

A regra básica que sigo é que aqui não tem spoiler. Detesto ler uma critica sobre filmes que conta o filme.